Sonhar de pés presos à cama
Desabafos... é so isso
Friday, October 19, 2012
Socializar
Desde a existência do ser humano que estes tiveram de apreender a viver uns com os outros. Como seres sociais que somos, necessitamos de interagir com outras pessoas e mesmo de ter ligações a longo prazo e de convivência quase diária. Sendo os seres humanos indivíduos tão complexos, de ideias próprias e com vivências únicas, criam-se características na forma de socializar com os outros.
Desde pequena sempre pensei que essa interacção fosse natural, e de certa forma fácil. Quanto mais vivo, mais aprendo que essa ideia está completamente errada, são poucas as ligações fáceis e sem conflitos. E isto porquê? Porque as pessoas têm a necessidade de se compararem aos outros, de competir. Há pessoas que vivem em função da vida alheia, julgando erradamente e condenando as pessoas sem ter o direito e a mínima moral. Depois viram-se para as próprias vidas e acabam por fazer muito pior. Existem uns que se acham muito ingénuos e, sem maldade alguma, esses são os piores e, os mais tristes de observar. Há ainda aqueles que pensam ter a verdade de tudo, e por consequente todos os que tiverem uma ideia ou uma concepção das coisas diferente, está errado e a ideia é recusada sem sequer ser questionada. Depois existem os que passam a vida a ter pena de si próprios, mas esses, “coitados”, só fazem mal a eles mesmos.
Cada vez fico mais desiludida com o mundo que me rodeia e vejo a tarefa de ter verdadeiros amigos quase impossível. Será isso problema meu? Por vezes penso que me deveria render a essas “mesquinharias” e então assim ter vários amigos, amigos da onça. Mas assim não seria eu própria, ainda prefiro acreditar que as pessoas são maioritariamente boas, mesmo que me vá desiludindo de vez enquando.
Será que sou só eu que penso assim? Ou andamos todos a pensar isto uns dos outros? Será que os outros também pensam que eu sou assim? Sendo assim secalhar estou errada. O truque para a sobrevivência provavelmente consiste em ignorar estes pensamentos e não julgar de todo. Ou então não ter amigos….
Aniza
Sunday, September 23, 2012
Paixão
A Paixão desperta-me,
Eu só como paixão,
só bebo paixão,
A paixão faz-me querer,
dá-me vontade,
faz-me viver.
Eu sou esse amor,
desmedido, irracional, excessivo,
Eu só sei amar assim,
Eu só sou feliz quando amo loucamente.
No que toca ao amor,
eu não me sei conter,
eu não me quero conter,
eu quero ter tudo,
eu quero ser tudo,
eu não sei amar pela metade.
Eu anseio pela loucura,
pelas noites sem dormir,
pela ausência de concentração,
pelo pensamento longe,
pela falta de ar,
pela dor no peito,
pelo nervoso miudinho.
Sem essa paixão eu fico dormente,
fico vazia,
recolho-me no meu mundo,
perco-me na inércia,
e afundo-me na cama.
Aniza
Monday, March 31, 2008
Quando eu te conheci
... E de repente eu vi-te!
Que milagre de endoidar!
A minha boca secou,
o meu coração disparou!
Fiquei ali parada.
Paralisada.
Palavras saíram da minha boca,
e eu nem percebi.
Ali estavas tu,
o rosto que faltava no meu retrato.
No inicio,
os meus olhos não focaram os teus.
E se tu conseguísses ler a minha alma?
Se visses que naquele momento
o resto do meu mundo parou?
E só tu e a tua singularidade me preenchiam!
Apenas olhar-te me punha louca,
cada pedaço de ti,
cada sinal,
cada pelo da tua pele,
Tão perfeito!
Ah!... e quando tu sorriste?
Meu Deus tudo em mim se acendeu,
cada partícula de alegria,
cada poro,
abriu-se!
E foi aí que me perdi no teu olhar,
deixei-te espreitar...
e tu foste entrando,
arrombaste todas as portas!
Despiste-me inteira!
Aniza
Que milagre de endoidar!
A minha boca secou,
o meu coração disparou!
Fiquei ali parada.
Paralisada.
Palavras saíram da minha boca,
e eu nem percebi.
Ali estavas tu,
o rosto que faltava no meu retrato.
No inicio,
os meus olhos não focaram os teus.
E se tu conseguísses ler a minha alma?
Se visses que naquele momento
o resto do meu mundo parou?
E só tu e a tua singularidade me preenchiam!
Apenas olhar-te me punha louca,
cada pedaço de ti,
cada sinal,
cada pelo da tua pele,
Tão perfeito!
Ah!... e quando tu sorriste?
Meu Deus tudo em mim se acendeu,
cada partícula de alegria,
cada poro,
abriu-se!
E foi aí que me perdi no teu olhar,
deixei-te espreitar...
e tu foste entrando,
arrombaste todas as portas!
Despiste-me inteira!
Aniza
Tuesday, February 26, 2008
Elogio ao Amor
É um bocadinho grande eu sei mas acreditem vale a pena ler.
Elogio ao Amor
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
*Miguel Esteves Cardoso
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
*Miguel Esteves Cardoso
Thursday, November 08, 2007
Retrato em Branco e Preto
Retrato em Branco e Preto
Tom Jobim
Composição: Chico Buarque
Já conheço os passos dessa estradaSei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto, E que no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos,
Eu teimo em colecionar
Lá vou eu de novo como um tolo,
Procurar o desconsolo,
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras,
Versos, cartas, minha cara,
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado,
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto,
A maltratar meu coração
Monday, November 05, 2007
Eu Não Existo Sem Você
Eu Não Existo Sem Você
"Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você"
Tom Jobim
Wednesday, June 13, 2007
Sonhar
"Sonhar
Ver-te todos os dias é aquilo que me faz sorrir e querer mais,
poder estar ao teu lado e abraçar-te com toda a força que tenho,
dar-te tudo o que quero que tenhas de mim e muito mais.
É quando vou dormir que todos os dias me fazes rir, a unica altura
do dia em que consigo pensar em ti sem mais nada a sobrepor-me o
pensamento, limpo de todo o exterior do dia a dia, queimo todas as
horas a pensar em como seria estar realmente ao teu lado, realmente
abraçar-te e beijar-te, no pensamento eu posso tudo isso sem
qualquer barreira, sem sair da cama, dando voltas à vida contigo
visitando todos aqueles lugares onde gostaria de te levar, sao
voltas e voltas na cama, sao lençois já mto amarfanhados e uma
vivacidade que gasto enquanto nao durmo, mas depois caio no sono
após muitas horas a fio, e tu foges para outro mundo, é raro
conseguir levar-te até aos meus sonhos, mas quando acontece
parece que é tudo tão bom e tão perfeito, tão real e tão...
É o motivo que tenho para te querer ao meu lado, para te exigir
que venhas sem pensares duas vezes, porque eu sei o que somos,
o que fazes de mim na realidade que o sonho é, eu sei com o que
me podes fazer sonhar, eu sei..."
Slashrose
P.S.: Desculpa mais uma vez "roubar-te" as palavras, mas com estas realmente ganhaste os premios todos. Bj para o meu amigo mais anhado (a seguir a mim :P)
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